Teoria da Mente

Na tentativa de procurar compreender os mecanismos envolvidos na sintomatologia do autismo, muitas teorias têm sido consideradas.

Em comparação com as teorias afectivas que consideram um défice inato na capacidade de estabelecer uma relação afectiva com os outros, a teoria da mente, considera que os sujeitos com autismo têm um défice na capacidade de estabelecer representações dos estados mentais das outras pessoas (Happé, 1998)

Mas, afinal, o que é isto?

De forma sucinta, a Teoria da Mente é definida como:



Esta designação foi utilizada pelos psicólogos infantis para descreverem o desenvolvimento ontogenético das perspectivas mentais assumidas pelas crianças e jovens e também pelos psicopatologistas a partir dos quais o conceito de alteração da teoria da mente foi muito utilizado para explicar os sintomas das crianças com quadros autísticos, tendo mesmo sido estendido a quadros psiquiátricos nos adultos com sintomas psicóticos – como, p. ex., a esquizofrenia – e desvios comportamentais de perturbações que afectem o lobo frontal.

Segundo vários autores, todas as pessoas que apresentam uma perturbação do desenvolvimento do tipo autista têm consequências importantes na sua personalidade e na relação social, e isto deriva do facto de haver um défice concreto e específico na Teoria da Mente. Outra marca desta teoria está no facto de o sujeito com autismo possuir uma dificuldade em manter o contacto visual em relação à expressão facial, e com isto, em compreender as emoções dos outros.

Teorias

Teoria do Funcionamento Executivo

A Teoria do Funcionamento Executivo, também conhecida como Teoria de Ozonoff (1995), explica o défice apresentado no “funcionamento executivo”. Entenda-se por funcionamento executivo a habilidade de libertar o pensamento de uma situação imediata e do contexto para orientar comportamentos através de modelos mentais ou representações internas. Trata-se da capacidade de planear. Apesar das pessoas com autismo seguirem rotinas muito bem definidas e as cumprirem à regra, isto não traduz o funcionamento executivo. Isto porque, elas são capazes de realizar as rotinas, mas não de as planear, e aí o funcionamento executivo já se mostra mais vulnerável.


Teoria da Coerência Central

Firth (1989) sustentou a sua teoria dizendo que as pessoas com autismo não dispunham de formas inatas para dar coerência a um largo leque de estímulos e generalizá-los dentro de um contexto o mais amplo possível. As pessoas com autismo, não são capazes de ver as partes em relação ao todo, apenas conseguem experimentar o mundo de forma fragmentada. Esta falha na integração compromete todos os sentidos. Enquanto que, para uns, a dor dar uma sensação dolorosa, para outros, estes estímulos exteriores são indiferentes.